Friday, June 17, 2005
De volta ao blogspot
Daqui a algum tempo poderei usar esse blog para acompanhar meu ritmo de trabalho . As duas últimas foram puxadas, e quase não parei na minha baia, e ele viu poucos posts. Mas foi por bons motivos. Mais uma plataforma teve suas obras concluídas, a P-47, e seguiu para a Bacia de Campos. E a P-50, aquela plataforma que pode ser vista da ponte Rio-Niterói quando você está chegando à cidade sorriso, também está perto de ser concluída.
Nessas épocas eu preciso ir lá, escrever uma matéria sobre a obra, coisas do tipo. Não é muito glamuroso e nem o que imaginava fazer quando estava na faculdade, mas é um trabalho.
Na inauguração da P-47 a imprensa estava presente, pois Lula, Rosinha, Dilma e o Eduardo Dutra estavam lá. Como sempre, vi os coleguinhas tensos, agitados, tendo que aguentar aqueles discursos intermináveis esperando alguma declaração sobre uma CPI ou a crise do momento. Me lembrei dos meus tempos de jornal. Essa profissão é boa, você se sente em uma caçada, mas é pauleira escrever um texto ao final de cada dia. O pior é quando você passa o dia inteiro na redação, e depois de fazer dezenas de ligações descobre que não conseguiu nada que faça o dia ter valhido a pena.
Quando comecei a trabalhar na Petrobras pasei por um período de choque. O trabalho em uma mega-corporação é bem diferente daquele em uma empresa de médio ou grande porte. O seu computador funciona, existe um help desk eficiente, e quando você consegue provar que precisa de qualquer coisa para seu trabalho (seja uma máquina fotográfica, um passeio de helicóptero ou uma tradução de um texto em chinês), isso vai acabar aparecendo. Mas também tem o outro lado: você passa metade do tempo fazendo, e metade do tempo explicando por quê fez, com dezenas de relatórios e controles. A vida se torna uma grande tira do Dilbert.
E a Petrobras é muito diferente de outras grandes corporações: por baixo dessa aura de multinacional está uma empresa estatal, com tudo de bom que isso significa. O lado bom: todas essas obras estão sendo feitas no Brasil, reerguendo um setor que estava sucateado, porque a Petrobras não foi sucateada. E dessa vez os burocratas parecem ter aprendido com os erros do passado: essa ajuda está sendo feita para as empresas de engenharia daqui do Brasil com o compromisso de que elas em pouco tempo deixem de depender da mãe Petrobras, e passem a exportar e competir no mercado internacional. Mas também tem seu lado ruim: é desagradável ver que a diretoria da empresa onde você trabalha é cobiçada por Severinos da vida.
Mas, no geral, é uma gaiola dourada com a qual em pouco tempo você se acostuma. Não troco minhas atuais noites de sono tranqüilas por nada. Agora tenho pouco sono não porque durmo tarde, mas porque acordo cedo.
Nessas épocas eu preciso ir lá, escrever uma matéria sobre a obra, coisas do tipo. Não é muito glamuroso e nem o que imaginava fazer quando estava na faculdade, mas é um trabalho.
Na inauguração da P-47 a imprensa estava presente, pois Lula, Rosinha, Dilma e o Eduardo Dutra estavam lá. Como sempre, vi os coleguinhas tensos, agitados, tendo que aguentar aqueles discursos intermináveis esperando alguma declaração sobre uma CPI ou a crise do momento. Me lembrei dos meus tempos de jornal. Essa profissão é boa, você se sente em uma caçada, mas é pauleira escrever um texto ao final de cada dia. O pior é quando você passa o dia inteiro na redação, e depois de fazer dezenas de ligações descobre que não conseguiu nada que faça o dia ter valhido a pena.
Quando comecei a trabalhar na Petrobras pasei por um período de choque. O trabalho em uma mega-corporação é bem diferente daquele em uma empresa de médio ou grande porte. O seu computador funciona, existe um help desk eficiente, e quando você consegue provar que precisa de qualquer coisa para seu trabalho (seja uma máquina fotográfica, um passeio de helicóptero ou uma tradução de um texto em chinês), isso vai acabar aparecendo. Mas também tem o outro lado: você passa metade do tempo fazendo, e metade do tempo explicando por quê fez, com dezenas de relatórios e controles. A vida se torna uma grande tira do Dilbert.
E a Petrobras é muito diferente de outras grandes corporações: por baixo dessa aura de multinacional está uma empresa estatal, com tudo de bom que isso significa. O lado bom: todas essas obras estão sendo feitas no Brasil, reerguendo um setor que estava sucateado, porque a Petrobras não foi sucateada. E dessa vez os burocratas parecem ter aprendido com os erros do passado: essa ajuda está sendo feita para as empresas de engenharia daqui do Brasil com o compromisso de que elas em pouco tempo deixem de depender da mãe Petrobras, e passem a exportar e competir no mercado internacional. Mas também tem seu lado ruim: é desagradável ver que a diretoria da empresa onde você trabalha é cobiçada por Severinos da vida.
Mas, no geral, é uma gaiola dourada com a qual em pouco tempo você se acostuma. Não troco minhas atuais noites de sono tranqüilas por nada. Agora tenho pouco sono não porque durmo tarde, mas porque acordo cedo.
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