Wednesday, October 19, 2005

 

Cinismo ou esperança?

Não que isso vá fazer alguma diferença, mas mudei de posição. Domingo, no primeiro referendo que participo, vou votar no SIM.

Visitar o site das duas campanhas (SIM e NÃO) certamente ajudou. Ver as pessoas que apóiam o NÂO certamente me fez pensar duas vezes. Fleury, que ordenou o massacre do Carandiru. Jair Bolsonaro, que gritou "fuzilamento já" para o Fernando Henrique. Olavo de Carvalho, astrólogo e jornalista que acha que é filósofo, escrevendo suas asneiras de sempre.

Parece que todos os malucos já escolharam de que lado vão ficar. Recebi de mais de uma pessoa um artigo louco, afirmando que a Globo apóia o SIM porque é sócia da fabricante de armas Glock. É óbvio que o PSTU também defende o NÃO, alegando que "o governo petista quer impedir o povo de se armar para se defender dos latifundiários e burgueses". E o ultra-direitista MV-Brasil é outro grupo pirado que defende o comércio de armas. Me poupem.

Quando pensei em votar contra a proibição do comércio de armas, não estava defendendo as armas. Ao contrário, só considerei que essa lei "não pegaria", e iria apenas estimular o aumento de um comércio ilegal. Essa, aliás, é a razão para muitas pessoas que eu conheço apoiarem o NÃO.

Apesar do cinismo e do desencanto serem as atitudes mais racionais, decidi que, ao menos por enquanto, ainda guardo um resto de esperança. Se o único poder que dão a mim é o voto, devo utilizar esse poder da melhor forma que encontro, e não me entregar por pensar "não adianta, não vai dar certo, nada vai mudar". Por esse pensamento, até mesmo o atual estatuto do desarmamento seria inútil. Apesar dos Delúbios, Jeffersons e Dirceus, acredito que o Brasil ainda tem jeito. Por isso vou votar no SIM.

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