Thursday, October 06, 2005

 

Referendo do quê mesmo?

Conversando com amigos e colega,s vejo que ainda é grande a confusão acerca de desarmamento. Uma amiga hoje me perguntou qual era minha opinião acerca do "referendo do desarmamento". Respondi que sou a favor do desarmamento, mas não é sobe isso que iremos votar em outubro.

A campanha do sim e do não está contribuindo para essa balbúrdia. Em Copacabana o Jair Bolsonaro estendeu uma faixa com dizeres "Entregue sua arma e faça a alegria dos vagabundos". Mas não é isso que será votado, e ninguém será obrigado a entregar sua arma.

Se o referendo fosse sobre o estatuto do desarmamento, eu votaria favoravelmente. O porte de armas foi severamente restringido, e agora praticamente a única coisa que os donos de armas podem fazer é guardar elas em casa. Ou seja, em tese agora deveríamos estar mais seguros em relação a brigas de trânsito ou discussões de bar: elas não deveriam mais terminar em tiro. E parece que realmente os homicídios diminuíram desde que o estatuto do desarmamento passou a valer.

Mas agora não se está votando no estatuto do desarmamento, e sim apenas um de seus artigos, que proíbe a comercialização de armas para civis. Pela lei atual, apenas armas de baixo calibre podem ser vendidas para civis, e devem ser deixadas em casa.

Sinto muito se isso parece antipático, conservador ou direitista. Me inclino a votar não. Eu simplesmente não acredito que donos de propriedades rurais, ou os homens de classe média apavorados, vão deixar de comprar munição e armas. Proibir o comércio vai apenas vai torná-lo ilegal. Melhor se o Estado garantir que a população realmente não ande pelas ruas armada.

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