Pouco Sono

A AMD lançou um modelo de computador destinado a "mercados emergentes" - o press release do PIC está aqui. Nominalmente, Brasil, China, Índia e Rússia. Ele tem um processador Geode (compatível com a família x86 do Athlon e Pentium), um disco rígido de 10 GB e 128 MB de memória. Não tem drive de CD ou disquete, mas quatro portas USB, permitindo a utilização de um drive externo ou memória flash.

A AMD vai licenciar o modelo, e a fabricação fica por conta de parceiros locais. Até agora, esse novo "computador popular" tem lançamento confirmado na Índia, México e "Caribe". Ele será vendido por canais não tradicionais, como provedores de internet que vão cobrar pelo serviço de conexão, ou serão usados por governos.

Agora o detalhe: parece o usuário não poderá instalar nenhum software no computador, ou, ao menos, não poderá mexer em algumas configurações. Ele vem com uma versão especial do Windows CE, feita para se tornar parecida com o Windows XP. Será que é possível instalar o Linux nele? Ou o Windows está instalado em um chip, como os primeiros Macintosh?

Não há nenhuma menção do Brasil, mas eu acho que o governo federal só vai apostar nessa versão de computador popular se a plataforma não for fechada e se for possível instalar o Linux.

Quase todos meus amigos e conhecidos estão cadastrados no Orkut. Quando as pessoas começaram a entrar, foi aquela febre, todo mundo procurando amigos de escola, coisa e tal. Agora a coisa esfriou, mas as pessoas começam a encontrar outras maneiras de usar o Orkut.

Desde o começo existiram comunidades de putaria no Orkut, mas agora parece que as pessoas estão criando uma segunda identidade, escondida por trás de um nick, só para isso. Essa identidade aqui, por exemplo, poderia facilmente estar na seção de classificados das revistas de sacanagem.

Parece que o Jornal do Brasil vai mudar de endereço de novo. Depois de sair da Avenida Brasil e colocar a redação na conturbada mas ainda chique Avenida Rio Branco, estão querendo levar a redação para o Rio Comprido. E, mais ainda, deslocar o comando da redação para Brasília - no Rio de Janeiro ficaria uns poucos gatos pingados, cobrindo basicamente o noticiário de cidade e esportes. E, como não poderia deixar de ser, mais demissões podem acontecer.

Recebi esse e-mail hoje. Triste.

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NÃO DEIXE O JB SAIR DO RIO

Durante seus 113 anos, o JORNAL DO BRASIL tem sido um dos maiores orgulhos do leitor carioca. Esteve na vanguarda dos movimentos culturais e resistiu com firmeza e dignidade à censura dos governos autoritários. Manteve-se durante décadas como um dos principais formadores de opinião de intelectuais e da parcela mais bem-informada da população do Rio de Janeiro. É, portanto, um dos maiores patrimônios da nossa cidade.

Não é novidade para ninguém que o jornal atravessa momentos difíceis, com demissões e perda de nomes consagrados. Agora, a direção da empresa, por iniciativa do vice-presidente PAULO MARINHO, planeja transferir para Brasília o coração do JB, incluindo a chefia de redação e as principais editorias. Este ato desastrado agravaria o processo de esvaziamento político, econômico e cultural da nossa cidade.

Apesar das dificuldades, os profissionais do JORNAL DO BRASIL têm se esforçado para fazer o melhor. Contamos com seu apoio para preservar a alma carioca do seu JB, com qualidade. Ligue, mande e-mails, proteste. Defenda o Rio e o direito dos jornalistas do JB de produzirem um jornal digno.

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O que faz as pessoas encaminharem para dezenas de pessoas uma crônica mal escrita que receberam por e-mail? Quase todas essas mensagens são naquele estilo "sabedoria de bolso", Paulo Coelho de segunda categoria.

Mais engraçada ainda são as crônicas distribuídas por e-mail que são erradamente atribuídas a jornalistas famosos - Arnaldo Jabor e Veríssimo são os mais cotados nessa categoria. O Jabor já dedicou uma crônica no Globo para falar que o texto sobre a Bunda Dura não tinha sido escrito por ele.

Hoje recebi mais uma, que também tem toda a pinta de também não ter sido escrita por Jabor. É muito mau gosto, olha só:

AS MULHERES SEGUNDO ARNALDO JABOR

Tudo que o homem faz, tudo, é com um único objetivo: cumemuié."

O cara faz um esforço desgraçado para ficar rico pra quê?

O sujeito quer ficar famoso pra quê? O indivíduo malha, faz exercícios pra quê?

Mulher! Pode ser até a própria. Mas a verdade é que é a mulher o objetivo do homem.

O pavão também é assim. Os animais são assim. Os bichos só pensam nisto. Já as bichas, pra "cumeomi."

As mulheres, antigamente, ficavam trancadas dentro de casa e se tratavam e ficavam bonitas apenas para os seus homens.

Aí começaram a dar liberdade pras danadas e deu no que deu. O mundo ganhou vida, além da beleza, é claro!

Pode continuar a ler, minha querida, que as barbaridades vão parar por aqui. Pode parar de me achar machista, machão ou coisa parecida.

Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função de você. Vivem e pensam em você o dia inteiro, a vida inteira.

Se você, mulher, não existisse, o mundo não teria ido pra frente. Homem algum faria alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar um sujeito igual a ele, de bigode e tudo. Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.

Já dizia a velha frase que "atrás de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher". O dito está envelhecido. Hoje eu diria que "na frente de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher". É você, mulher, quem impulsiona o mundo. É você quem tem o poder, e não o homem. É você quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das férias. Bendita a hora em que você saiu da cozinha e, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens. E, se você que está lendo isto aqui for um homem, tente imaginar a sua vida sem nenhuma mulher. Aí na sua casa, onde você trabalha, na rua, nas telenovelas.

Só homens. Já pensou? Filmes só com homens? Romance sem uma Capitu ou uma Madame Bovary? Um casamento sem noiva? Um mundo sem cinturas e saboneteiras? Um mundo sem sogras? Enfim, um mundo sem metas.

ALGUNS MOTIVOS PELOS QUAIS OS HOMENS GOSTAM TANTO DE MULHERES:
1- O cheirinho delas é sempre gostoso, mesmo que seja só xampu.
2- O jeitinho que elas tem de sempre encontrar o lugarzinho certo em nosso ombro.
3- A facilidade com a qual cabem em nossos braços.
4- O jeito que tem de nos beijar e, de repente, fazer o mundo ficar perfeito.
5- Como são encantadoras quando comem.
6- Elas levam horas para se vestir, mas no final vale a pena.
7- Porque estão sempre quentinhas, mesmo que esteja fazendo trinta graus abaixo de zero lá fora.
8- Como sempre ficam bonitas, mesmo de jeans com camiseta e rabo-de-cavalo.
9- Aquele jeitinho sutil de pedir um elogio.
10- Como ficam lindas quando discutem.
11- O modo que tem de sempre encontrar a nossa mão.
12- O brilho nos olhos quando sorriem.
13- Ouvir a mensagem delas na secretária eletrônica logo depois de uma briga horrível.
14- O jeito que tem de dizer "Não vamos brigar mais, não.."
15- A ternura com que nos beijam quando lhes fazemos uma delicadeza.
16- O modo de nos beijarem quando dizemos "eu te amo".
17- Pensando bem, só o modo de nos beijarem já basta.
18- O modo que têm de se atirar em nossos braços quando choram.
19- O jeito de pedir desculpas por terem chorado por alguma bobagem.
20- O fato de nos darem um tapa achando que vai doer.
21- O modo com que pedem perdão quando o tapa dói mesmo (embora jamais admitamos que doeu).
22- O jeitinho de dizerem "estou com saudades".
23- As saudades que sentimos delas.
24- A maneira que suas lágrimas tem de nos fazer querer mudar o mundo para que mais nada lhes cause dor.

Isso não é uma corrente apenas mande para todas as mulheres de sua lista para elas perceberem o quanto são importantes e para os homens para que eles lembrem o quanto vocês são essenciais!!!

Arnaldo Jabor

Alguém conhece o Indymedia? É um site organizado por uma rede de ativistas sociais, nascido nos protestos de Seatle, que publica notícias relativas a protestos e coisa e tal. É bem esquerdista, parece jornal de sindicato e, francamente, muitas vezes é meio chato.

Pois bem, na última quinta-feira, 7 de outubro, um grupo de oficiais de justiça entrou no datacenter da Inglaterra da Rackspace, a empresa que oferece hospedagem ao Indymedia, e apreendeu dois servidores. Subitamente dezenas de sites dessa rede de ativistas estava fora da internet. Alguns já voltaram a funcionar, mas outros continuam silenciados.

A própria rede de ativistas por trás do Indymedia diz não saber exatamente o que aconteceu, porque a ordem judicial foi emitida contra a Rackspace, e não a Indymedia. Parece que foi o FBI que pediu a apreensão dos servidores, mas a pedido de investigações feitas por outros países, provavelmente Itália e Suíça.

Como sempre, o site do Indymedia não é um lugar muito bom para encontrar as informações, com notícias meio truncadas. A Eletronic Frontier Foundation (EFF), ONG montada por hippies californianos cheios da grana e dedicada à defesa da liberdade da expressão na internet, divulgou um comunicado que explica melhor o que aconteceu.

É, liberdade de expressão na internet existe, mas sempre é bom ter uma cópia de seu site em um lugar seguro.

Um curto post para um semi-feriado (que não aproveitei porque precisei trabalhar) que só interessa aos nerds. Estou me preparando para instalar o Service Pack 2 do Windows XP que, segundo a maior parte das descrições, se instala sem problemas em 99% dos computadores mas deixam os restantes imprestáveis (até uma formatação do disco rígido).

Descobri o programa Nlite, desenvolvido para permitir a remoção de componentes do Windows (como Windows Media, Internet Explorer, etc), mas que também pode ser usado para criar um CD que instala o Windows XP já com o Service Pack 2. Fiz um teste usando o VMware, e pareceu funcionar bem. Para quem se interessar, um guia completo está no site Msfn.org.

Estou pensando em dar um passo adiante, e seguir o guia unattended.msfn.org. Com ele, é possível automatizar até mesmo a instalação de correções, drivers e aplicações. Por exemplo, colocar drivers para discos Serial-ATA e programas como Java, Nero e Acrobat Reader.

É aquele tipo de programa que resolve problemas que você nunca teve antes de usar um computador. Gosto de reinstalar o Windows uma vez por ano, porque o sistema operacional tende a ficar lento, cheio de lixo no registro. Com um CD feito sob medida, o trabalho fica facilitado.

É preciso bater no ferro enquanto ele está quente. Vou escrever sobre a eleição para prefeito, mesmo porque em uma semana não vou estar ligando mais para isso.

Pela primeira vez na vida, anulei meu voto em uma eleição majoritária. Cravei um voto no Eliomar Coelho para vereador, mas não consegui votar no Bittar. Sou petista, sempre voto no PT, e quando o PT se mostra profundamente incompetente, não mudo fácil meu voto.

O engraçado é que muita gente tem uma certa vergonha ou medo de votar nulo. Como se votar fosse realmente uma obrigação, e não um direito. Será que o Getúlio Vargas, ao tornar obrigatório o voto, achou que sua invenção teria vida tão longa? Acho que está na hora da sociedade brasileira deixar de lado essa herança varguista.

E não me venham com argumentos parecidos com “Se o voto não fosse obrigatório, os pobres não votariam e não seriam representados”. Quer dizer que, por ser pobre, a pessoa é incapaz e precisa ser obrigada a votar?

Não sei onde o PT errou mais. É claro que tudo começou em 1998, quando o diretório nacional do PT sacrificou o PT do Rio no altar que celebrou a aliança Lula-Brizola para a disputa da presidência. A participação da Benedita na campanha de Garotinho, e sua desastrada gestão quando assumiu o estado, desestimularam a militância e desiludiram o eleitorado. Lideranças importantes, sendo a mais notável o ex-deputado Milton Temer, pediram o boné e desistiram do PT.

Mas a estranha aliança PT-PTB também ajudou a enterrar a candidatura Bittar. Ela veio por cima, e foi empurrada para o PT fluminense. Me lembro de uma reportagem do Globo narrando essa maluquice. O PT e o PTB no Rio sempre estiveram em campos opostos, e os líderes de ambos os lados mal se conheciam na entrevista coletiva que apresentou a aliança. Depois da derrota, Bittar destilou veneno para Chico Alencar, mas não reclamou do PTB.

Acho que o campo majoritário do PT do Rio de Janeiro deve parar de pensar em termos esquerda/direita e começar a pensar nos termos Rio/São Paulo. Não sou bairrista e tenho grandes amigos que moram ou são de São Paulo, mas, sinceramente, parece que o diretório nacional está querendo sabotar o PT no Rio de Janeiro ou usá-lo como moeda de troca. Ainda assim, dado o cansaço da população com o populismo, considero que o PT carioca consegue se reerguer se for simplesmente deixado em paz.

Dito tudo isso, eis a pergunta: mas a candidatura de Jandira Fegali não representava uma alternativa à de Bittar? Não, exceto que se considere um voto “de protesto”. Uma candidatura puro-sangue PCdoB-PCB não tem consistência política para governar o Rio de Janeiro, mesmo com o apoio relativamente discreto de muitos setores do PT. O ideal seria colocar o PCdoB na cabeça de chapa, com a Marta Rocha ou outro petista como vice. Mas, se as lideranças políticas não conseguiram se acertar, não podem esperar que sejam seguidas pelos cariocas.

Fiquei uma semana sem postar porque meu cotidiano ficou mais movimentado com o seminário da semana passada. Ontem ainda me despenquei para o Riocentro, para a Rio Oil & Gas, o que também me deixou o dia mais corrido. Hoje estou mais tranqüilo, e posso voltar a postar nesse blog que, contando comigo, deve ter um leitor.

Confesso que fiquei bolado com o termo de exoneração que assinei antes de freqüentar o Seminário Insight. Mais ainda com a liberação que deveria ser assinada pelo meu terapeuta, se eu estivesse passando por algum tratamento psicanalítico ou psiquiátrico. Imaginei logo que era uma coisa sinistra, que podia abalar minhas estruturas.

Mas com o tempo vi que era inofensivo e que, além de não me prejudicar, podia me ajudar. Ao menos aprendi a perguntar à minha chefe, nem que seja por 15 segundos, antes de aceitar qualquer curso ou tarefa. :-) E, realmente, quem está OK pode se beneficiar com o seminário, mas alguém desequilibrado pode atrapalhar os outros participantes ou piorar sua própria situação.

Do próprio site dos Seminários Insight, existe uma breve explicação: O seminário consiste em um treinamento, em que participam cerca de 80 pessoas, que trabalham com um facilitador e uma equipe de assistentes, durante 5 dias consecutivos. O treinamento inclui pequenas palestras, discussões em pequenos grupos, exercícios em duplas, jogos e processo de olhos fechados. Basicamente, você assiste pequenas palestras e participa de dinâmicas em grupos ou duplas, onde o objetivo não é dar conselhos aos outros participantes, mas simplesmente falar da sua vida, seu trabalho, etc. Não é terapia, mas uma grande sessão de auto-análise (daí o nome Insight).

Meu pai é terapeuta em Análise Transacional, e há anos ministra cursos parecidos. Eu já conhecia mais ou menos o modelo, mas nunca tinha freqüentado um curso parecido, e a idéia do seminário é justamente não ficar só na análise intelectual, mas experimentar na prática suas conclusões sobre a vida. Falo só por mim, mas acho que vale a pena.