Monday, November 29, 2004

 

Nota para eu mesmo








Vodka não é água. E cerveja não é suco de laranja. drunk

Friday, November 26, 2004

 

Gasolina mais cara

Quem é dono de carro esse fim de semana vai xingar a Petrobras. A gasolina e o diesel aumentaram. De novo. Em menos de dois meses.

Mas não vamos nos enganar. O preço do petróleo no mercado externo não pára de aumentar, o aumento da gasolina era inevitável. E a Petrobras tem que importar cerca de 20% do óleo que refina, pelo menos até construir uma nova refinaria. A história de auto-suficiência não é mentira e deve chegar em 2006, mas auto-suficiência é de produção: uma parte do petróleo produzida na Bacia de Campos é exportado, pois as refinarias trabalham com uma mistura de petróleo árabe.

Tem gente que diz que o petróleo no mundo está acabando. Enrolação. Tem muito. E nunca se produziu tanto petróleo como hoje. A British Petroleum anualmente lança um balanço da situação mundial do petróleo, que ajuda a ver coisas que às vezes não são ditas de maneira clara. Fiz algumas contas nesse relatório, que é um simples arquivo de Excel.

Se toda a atividade de exploração parar hoje, dura no mínimo vinte anos. E há uns trinta anos essa fronteira permanece nesses vinte anos.

Esse gráfico mostra a variação da produção entre 1983 e 2003, e como ela aumentou, em quase todos os continentes. A barra verde gigantesca é o Oriente Médio. Uma pequena queda na produção da América do Norte, nada que pareça importante.

Até que o Brasil e a América do Sul não estão mal na foto.

Na América do Norte é fácil encontrar o “culpado” pela queda da produção no continente. Uma dica: é o mesmo país que mais consome petróleo no mundo.

Quando olhamos as reservas, ou seja, o petróleo que está no subsolo, a tendência se repete. Esse gráfico mostra a evolução das reservas, de 1983 a 2003. No Oriente Médio e na América do Sul as reservas subiram bastante, e caíram nos Estados Unidos.

Como era de se esperar, o aumento nas reservas da Venezuela é cerca de três vezes maior que o aumento nas reservas de todos os outros países da América do Sul.

Mas a surpresa mesmo você vê quando abre a América do Norte. As reservas nos Estados Unidos estão caindo, mas as do México estão desabando!

Não é difícil ver que em breve o México vai quebrar de novo. A Pemex é tão importante para o país que uma parte de sua arrecadação vai direto para os cofres do governo, permitindo um dos mais baixos níveis de impostos entre os países emergentes. Em compensação, agora a empresa não consegue explorar petróleo na parte mexicana do Golfo do México, porque está descapitalizada e não fez os investimentos necessários para se preparar para a exploração off-shore.

Não é à toa que o preço no mercado de petróleo internacional não pára de subir. E não é por outra razão que os Estados Unidos invadiram o Iraque e pretendem invadir o Irã. O petróleo nos Estados Unidos está acabando, e o país é estruturado em torno dele. Foi ali que a indústria do petróleo surgiu, e até 1992 era o maior produtor de petróleo do mundo. O resto é conversa.


 

DNA: melhor que uma lavagem estomacal

Um blog também pode ter uma utilidade pública. Imagine, por exemplo, que um amigo te convida para uma peça, no simpático Teatro João Caetano. Ele ganhou dois convites, e está com um sobrando. Aqui está a utilidade pública: se o nome da peça for DNA, não vá, mesmo se for de graça. Você irá perder o dinheiro do táxi, da bala e seu tempo.

Infelizmente assisti a peça na semana passada, e me lembrei disso porque saiu uma crítica no Globo, escrita pela Bárbara Heliodora. Já ouvi gente dizendo que acha a Bárbara impiedosa, mas na minha opinião ela foi até boazinha. Se as críticas de teatro fossem como as de cinema, com o bonequinho aplaudindo (peça boa), assistindo (peça regular) ou indo embora (peça ruim), DNA iria exigir a criação de um novo bonequinho: ele iria xingar todo mundo e exigir o dinheiro de volta.

Imagine uma peça muito mal encenada, a ponto dos atores lerem os textos durante o espetáculo, e ainda assim tropeçarem em suas falas. Imagine um roteiro sobre a polêmica científica e ambiental dos vegetais geneticamente modificados tão ruim que deve ter sido feito na base do “CTRL-C e CTRL-V” (copia e cola), com longas passagens que parecem ter sido diretamente retiradas do site do Greenpeace ou da CTN-Bio. E onde o debate sobre os organismos transgênicos é traduzido por discussões entre dois casais que, adivinhem só, fazem as pazes no final.

O pior é que esse atentado ao bom gosto existe, arrecadou dinheiro de patrocinadores (quase todos empresas estatais, que devem ter achado o tema “educativo”) e ocupa espaço de uma peça melhor em um teatro. É pior que aqueles videozinhos mal feitos que você era obrigado a assistir nas aulas de ciências do segundo grau.

Portanto, aqui fica a dica: se algum dia você tiver como opção de lazer apenas assistir ao programa do Ratinho ou ir à peça DNA, o programa do roedor é a melhor opção. Só a opção fosse uma lavagem estomacal ou assistir DNA eu escolheria ir ao teatro.


Saturday, November 20, 2004

 

20 de novembro

Não é nada, não é nada. Mas são 27 anos!

Thursday, November 18, 2004

 

A morte no Brasil tem cor, sexo e idade

A Revista Ciência Hoje tem um artigo muito interessante que mostra de que maneira ter o sexo, a idade e a cor errada aumentam as chances de ser assassinado no Brasil. Desde 1996 os atestados de óbito passaram a incluir informações sobre a cor da pessoa, o que mostrou que a maioria das pessoas assassinadas são homens negros com idade entre 14 e 30 anos.

O artigo foi publicado na web, e é possível baixar uma cópia completa dele em PDF. Viva a revista Ciência Hoje!

O que mais me impressionou foi esse gráfico: mostra que, entre os 16 e 50 anos, a taxa de homicídios de homens negros e brancos descola violentamente.




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Tuesday, November 16, 2004

 

A volta do Mister X!

Como várias crianças, passei algumas tardes de chuva de minha infância em volta de um tabuleiro, jogando o clássico jogo Interpol. Um jogador era o Mister X, que usava ônibus, táxis e trens de metrô para se esconder na Londres vitoriana dos outros jogadores, que eram policiais. A localização do Mister X só aparecia a cada cinco rodadas, e os outros jogadores sabiam apenas que tipo de transporte ele tinha tomado. A partir daí, tentavam encontrar o Mister X, indo para o ponto onde ele mais provavelmente estava.

Meu Interpol ainda existe, mas está pegando poeira no armário. Ainda bem que um estudante lançou o Londow Law, uma versão que permite um jogo online de Interpol. Infelizmente, só quem tem uma LAN pode experimentar, pois o jogo ainda está em desenvolvimento e o seu desenvolvedor ainda não disponibilizou nenhum servidor público para ele.


 

Agora vai

Como coloquei o artigo em dois arquivos JPEG, eles também podem ser visualizados dentro da página.






Sunday, November 14, 2004

 

Pagamento com juros x previdência

Boa parte das análises sobre finanças públicas no Brasil dizem que o gasto do governo com os juros é extremamente alto, a ponto de comprometer várias políticas sociais.

Mas o Valor Econômico publicou neste 10 de novembro um artigo de Fábio Giambiagi no qual ele afirma que os gastos reais com juros (descontado o efeito da inflação) são menores no período 2001 a 2004 do que foram no período entre 1996 e 2000. E que a despesa com pagamento de pensões e aposentadorias, como percentagem do PIB, aumenta ano a ano desde 1988 e já chega a 7,3 % do PIB. Os gastos com juros estariam em 4%.

Uma reprodução do artigo foi devidamente colocada na web, dividida em duas partes.

O Luis Nassif se referiu indiretamente a esse artigo na sua coluna de sábado da Folha de São Paulo. Só faltou ele xingar o Giambiagi! Para quem não é assinante da Folha ou do UOL, os parágrafos mais interessantes são os primeiros:

Em um jornal econômico, o economista se retorce em cálculos para mostrar que o custo dos juros reais na dívida pública brasileira "não passa de 4% do PIB". O problema, mesmo, é a Previdência Social, que consome mais que isso. Um permite a acumulação pela acumulação; o outro é instrumento de política social. Não importa. E viva a estupidez nacional, que ainda aceita esses argumentos!
(...)

Seria exagero afirmar que esteja ocorrendo uma epidemia de estupidez e que seja irreversível essa perda de identidade e de valores nacionais. Esse processo se dá exclusivamente em um segmento da vida nacional, a geração "cabeça de planilha" e seus tutores, e ganha relevância pela fé cega que ainda lhes dedica segmentos importantes da opinião pública.
O que espanta é que, dez anos depois, suas mandrakarias continuem ecoando em setores da opinião pública, com essa interminável "lição de casa". Todo o recurso público que, de alguma maneira, retorna para a população é estigmatizado, como se fosse desperdício e obstáculo à racionalização.


Saturday, November 13, 2004

 

Palm X Pocket PC

Usei por dois anos com um Palm, um fraquinho m100 que me atendia mas tiha uma tela de baixa resolução e sós 2 MB de memória.

Depois fui para um Pocket PC, um Ipaq 1910 (por falar nisso, obrigado, HP!). Ele era o mais simples da Hp na época, mas o preço era equivalente a um modelo intermediário da Palm, como um m130. O bicho tinha um processador de 300 MHz (!), 64 MB de memória e uma tela de alta resolução, comparável à to Tungsten T3 (retangular, e não quadrada como a maioria dos Palms).

Mas a interface era horrível, e eu precisava instalar uns quatro programas para deixar ela do jeito que eu queria! Eu tinha uma sensação de que o bicho era lento, em algumas situações até pior que o m100. Eu conseguia rodar programas poderosíssimos nele, como uma super calculadora científica, um emulador do videogame Nintendo e até o Doom, mas ele deixava a desejar no principal uso para mim, as funções de agenda eletrônica. A bateria tinha uma vida útil muito pequena, e se eu ficava mais de dois dias sem carregar ela não apenas arriava, mas apagava todos os dados da memória, como se eu tivesse feito um hard reset. Ah, e volta e meia ele travava, exigindo um soft reset quando eu estava no meio da rua ou em uma reunião.

No Mercado Livre eu troquei ele por um Tungsten T2, dando um pouco de dinheiro em retorno, e estou muito mais satisfeito. OK, a tela do Tungsten não é tão grande, o que às vezes atrapalha, mas o aparelho é mais rápido e me avisa dos eus compromissos, tocando sem parar e até com um vibracall parecido com um celular. Ele "simplesmente" funciona!

Outro dia eu vi em um bar os garçons usando Pocket PCs equipados com placa Wi-Fi para anotar os pedidos e avisar a cozinha. No suporte a Wi-Fi, os Pockets certamente estão na frente da Palm. Mas, para uso pessoal, não pretendo mais abandonar a linha Palm.

Tuesday, November 02, 2004

 

Ramonestures?

Coisas da internet.

De bobeira nesse feriado, perdi uma pouco do meu tempo e descobri na lista de discussão da banda de surf music Ventures uma menção a uma banda chamada "Ramonestures". Trata-se de um projeto de uma banda paralelo do líder da banda de punk instrumental (?) Phantom Surfers.

Se fosse em outro tempo, nunca conseguiria encontrar um disco dessa obscura banda. Mas, graças ao Shareaza, tudo fica mais fácil.

O primeiro disco é uma homenagem tanto aos Ramones quanto aos Ventures (daí o nome). São 16 músicas antigas dos Ramones em versão instrumental, como se fosse os Ventures fazendo covers deles. Estranho, mas muito legal!

O segundo disco, Johny Walk Don't Run Paulene, é uma homenagem a outra banda punk seminal, o X. A versão instrumental de Johny Hit and Run Paulene é muito boa.

Aí embaixo estão as capas dos dois discos. A capa da esquerda faz referência à capa do primeiro disco dos Ramones, enquanto o segundo à capa do Leave Home. Gostei da idéia.



Monday, November 01, 2004

 

Telemar

Parece até brincadeira, mas é verdade.

Minha namorada aproveitou uma promoção da Telemar que dava descontos absurdos para ligações internacionais, e falou com gente no Canadá, França e México. No final do mês a Telemar enviou uma conta de uns R$ 200, cobrando o valor cheio. Ela ligou para o serviço de atendimento ao cliente, que reconheceu o erro da empresa e afirmou que seria emitida uma outra conta para aquele mês.

Mas o departamento de cobrança da Telemar continuou achando que a conta em questão não tinha sendo paga, e enviou uma amistosa cartinha afirmando que havia uma conta em atraso e ameaçando com o corte da linha. Aí não teve jeito, ela precisou apelar para a justiça – no caso, um tribunal das pequenas causas.

Na primeira audiência, a Telemar não mandou seus advogados. Na segunda audiência a advogada da Telemar admitiu a besteira da empresa, e tratou de conseguir uma multa por danos morais menor do que a esperada em um caso desses. Mas não teve jeito, minha namorada aceitou. A Telemar emitirá uma nova conta para o mês em disputa, e para os meses seguintes iria dar um crédito, de aproximadamente R$ 100.

O mais engraçado foi a conversa da advogada da empresa com a minha namorada, depois da audiência. Foi algo mais ou menos assim: “Torce para a Telemar errar mais uma vez e não te dar o crédito na primeira conta. Nesse caso, ela vai ter que te pagar uma multa diária. Faz o seguinte: se isso acontecer, espera até janeiro ou fevereiro para reclamar, dizendo que estava de férias e não tinha percebido. Eu mesma já processei a Telemar várias vezes, a empresa comete muitos erros".

É mole?

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