Monday, August 29, 2005
McMaçã
Eu poderia escrever que o PT cada vez me dá mais surpresas desagradáveis. O fôlego de Tarso Genro, que prometia ser o Dom Sebastião do PT, capaz de resgatar o partido das garras de José Dirceu, se mostrou mais curto do que parecia. Ele já anunciou que não vai concorrer à presidência do PT, porque não conseguiu tirar o Dirceu de sua chapa.
Mas acho tudo isso muito chato. Algo que realmente me surpreendeu hoje aconteceu na hora do almoço, quando acompanhei um amigo ao McDonalds. Eu já havia almoçado, ele iria comer um sanduíche, e estava pensando em tomar um sundae.
Qual não foi minha surpresa ao ver que o McDonalds agora vende maçãs! Desisti do sundae, e troquei pela maçã, que ainda por cima é mais barata. E reparei que em muitas das mesas os clientes do McDonalds (ou seriam usuários?) optaram por sucos de fruta, ao invés de refrigerantes. Tudo isso fruto das porradas que a cadeia tomou, principalmente com o filme Super Size Me.
É claro que isso tudo só faz o "índice da maldade" do McDonalds baixar de 100% para 95%. Mas algumas coisas realmente podem mudar para melhor.
Mas acho tudo isso muito chato. Algo que realmente me surpreendeu hoje aconteceu na hora do almoço, quando acompanhei um amigo ao McDonalds. Eu já havia almoçado, ele iria comer um sanduíche, e estava pensando em tomar um sundae.
Qual não foi minha surpresa ao ver que o McDonalds agora vende maçãs! Desisti do sundae, e troquei pela maçã, que ainda por cima é mais barata. E reparei que em muitas das mesas os clientes do McDonalds (ou seriam usuários?) optaram por sucos de fruta, ao invés de refrigerantes. Tudo isso fruto das porradas que a cadeia tomou, principalmente com o filme Super Size Me.
É claro que isso tudo só faz o "índice da maldade" do McDonalds baixar de 100% para 95%. Mas algumas coisas realmente podem mudar para melhor.
Monday, August 22, 2005
O Rio de Janeiro que ainda é bonito
Sexta-feira tive um dia extremamente atípico. Como no meu trabalho mudou para um novo escritório, no centro, fui liberado ao meio-dia (os outros setores tiraram o dia inteiro de folga, mas tudo bem). Fui para a Prainha, que nos dias de semana é a melhor praia da cidade - provavelmente porque, sendo uma área de proteção ambiental, você se sente fora do Rio. Uns gringos estavam lá e tiraram umas fotos, que depois me mandaram por e-mail, e assim posso mostrar como a Prainha é linda.
Na volta ainda fui brindado por uma lua quase cheia, que estava com um tom amarronzado. Quando passei na Niemeyer, e vi o luar refletindo no mar do Leblon, deu vontade de saltar do ônibus e ficar por ali. A foto está meio tremida, mas dá para ter uma idéia! :-)
Monday, August 15, 2005
As meninas de Jeany
Essa história da CPI já virou uma baixaria, literalmente. O site No Minimo publicou uma matéria sobre as surubas organziadas pelo Marcos Valério, com depoimentos das garotas de programa. Segundo uma delas, os encontros eram supra-partidários, com gente do PT e PP.
Friday, August 12, 2005
Sincronicidade
O timing do discurso do Lula não podia ser pior. Ele vai à TV e fala que se sente traído.
Ao mesmo tempo, chega às bancas a entrevista à Epoca do Waldemar Costa Neto dizendo sobre os R$ 10 milhões que o PT deu para a campanha do PL: "Lula sabia".
Ao mesmo tempo, chega às bancas a entrevista à Epoca do Waldemar Costa Neto dizendo sobre os R$ 10 milhões que o PT deu para a campanha do PL: "Lula sabia".
E agora, José?
O desfecho não podia ser mais emblemático, no estilo do livro Animal Farm, de George Orwell. Começou com o campo majoritário (leia-se Zé) impondo a todo custo alianças eleitorais com os setores mais atrasados da "esquerda" do Rio de Janeiro, dando força a Cidinha Campos. Acabou levando Garotinho ao governo do Estado.
Continuou com as alianças cada vez mais amplas, começando pelo PL. Na campanha eleitoral, decidiu-se abandonar os pudores, e contratar Duda Mendonça, que tinha feito fama com Paulo Maluf e Celso Pita. Depois da eleição, foi a vez de cortejar PTB, PMDB e PP, apesar dos protestos.
Depois Zé fez tanta trapalhada que acabou levando Severino à presidência do Congresso. Houve uma eleição na bancada do PT, que apontou Virgílio Guimarães como candidato. O Zé empurrou Greenhalgh goela abaixo dos deputados, mas não contava que Virgílio não iria abaixar a cabeça e lançaria uma candidatura avulsa. O resultado foi a discórdia e a confusão, e a vitória do candidato do atraso.
Quem diria que o Zé e o Lulinha paz e amor seriam detonados justamente por seus "novos amigos"? Primeiro Roberto Jefferson, e depois Duda Mendonça.
Eu estava até animado com o esfacelamento do Campo Majoritário e o Processo Eleitoral Direto do PT, pensava em voltar a contribuir com o partido, votar nas eleições, coisa e tal. Mas estou começando a achar que brigar pelo PT pode começar a se tornar uma briga por um prato vazio.
Thursday, August 11, 2005
Pé na Estrada
Esta semana li uma ótima notícia: o livro On The Road vai ser filmado, com a direção de Walter Salles.
Há pouco mais de dois meses comecei a ler o livro, que, como boa literatura "pulp", foi comprado em um jornaleiro. Diferente de muitos outros livros, a tradução de On The Road foi feita com esmero, pelo jornalista/escritor Eduardo Bueno, em 1984, e revista para essa re-edição de 2004.
Muita gente diz que On The Road é um livro para ser lido em voz alta, pois ele tem uma prosa solta, poética, cheia de adjetivos mas leve. Realmente, muitos trechos funcionam sendo declamados, mas ler ele silenciosamente, sem incomodar quem está a seu lado no metrô, também é possível. A lenda (criada pelo próprio Kerouac) conta que o livro foi escrito em três semanas, no estilo stream of consciousness, mas a verdade é que ele foi reescrito diversas vezes ao longo dos quase dez anos em que foi rejeitado por sucessivas editoras.
On The Road conta a história de Sal Paradise, alter ego de Kerouac, escritor fracassado de Nova York que por volta de 30 anos de idade vê seus amigos amigos porra-louca, aficcionados por sexo, drogas e jazz (naquela época não havia rock and roll), deixarem a cidade. Ele decide cair na estrada, quase sem dinheiro no bolso e se deslocando de carona, e vivendo com sub-empregos em algumas cidades do percurso. Paradise dorme em hotéis, carros, ônibus, ao ar livre, em barracas, na casa de amigos, e trabalha como segurança e lavrador em uma plantação de algodão. Mas a maior parte do tempo ele passa viajando, bebendo ou conversando com amigos como Carlo Marx (alter ego de Allen Ginsberg) ou Dean Moriarty (versão ficcional de Neal Cassady).
Muita gente diz que sua vida mudou depois de ler o livro. Jim Morrison começou a escrever suas poesias e fundou o the Doors, Bob Dylan fugiu de casa e Francis Ford Coppola se tornou fixado por ele, a ponto de comprar os direitos do livro para o cinema mas passar décadas sem filmá-lo. O próprio Eduardo Bueno conta que viajou por toda a América do Sul após colocar o livro em sua mãos, e alguns anos depois viu sua vida girar quando sua tradução se tornou um sucesso no Brasil das Diretas Já e do Circo Voador.
Walter Salles e o roteirista Jose Riviera vão recriar a dupla que criou Diários de Motocicleta, e ganharam a benção do poderoso chefão para trazer On The Road à vida. Se ele tiver 10% da qualidade do livro, será o melhor filme do ano.
Faça a você um favor. Leia On The Road - Pé na Estrada.
Friday, August 05, 2005
De volta...
Depois e três semanas de férias, passeando de trem, barco, avião, ônibus, motocicleta, táxi e sabe-se lá mais o que, é um pé no saco voltar para a rotina de metrô e trabalho. Ainda mais sabendo que o mar estará completamente parado nesse final de semana.
A quinta-feira foi o que eu consideraria o dia perfeito de férias, pois foi como uma viagem dentro do Rio de Janeiro. Sete da manhã já estava dentro do ônibus, sacolejando pela Zona Sul e passando por Copacabana, Ipanema, Barra e Recreio. Já eram quase nove quando o ônibus me deixou perto da Prainha, a única onde rolava um surf nesse dia.
Quando descia pelo morro que dá acesso à praia, tive a vista do dia. Três baleias passeavam em frente à Prainha, e uma não devia estar a mais de 100 metros da arrebentação. Quem já viu uma baleia sabe que elas nadam de uma maneira muito particular, preguiçosa, de quem é dono do pedaço mas não precisa fazer força para se impor. A estrada que dá acesso à Prainha, por ser alta, é perfeita para olhar baleias: elas parecem subir à superfície não apenas para respirar mas também para brincar, pois ficam de lado, batendo a barbatana no ar.
Ir para a Prainha durante a semana também é uma ocasião especial. A praia não está deserta, mas tem muito menos gente que no final de semana, quando se transforma quase em uma feira-livre. Como ela fica em uma área de proteção ambiental, sem qualquer prédio e apenas com o ruído ocasional de um carro que passa a cem por hora, a sensação é de que você está em uma praia selvagem, em outra cidade.
Tinha esquecido meu protetor solar, mas nada que uma conversa com uma garota não resolvesse. Mas logo depois vi que não se deve confiar muito na generosidade humana: deixei o relógio cair na areia e por pouco um vendedor não o pega e leva para casa, falando que "achado não é roubado".
Queria passar na praia da Macumba, pegar uma prancha que tinha sido consertada. A Prainha é perto da Macumba, mas eu estava a pé, e a caminhada leva uns 15 minutos. Pensei em pegar uma carona, mas não queria esperar. Mas qual não foi minha surpresa quando, no meio do caminho, um cara de moto parou e me ofereceu carona? Ele me deixou em frente à Praia, fazendo em um minuto uma caminhada de 10 minutos. Consegui chegar onde queria e pegar o ônibus de volta para casa bem a tempo.
Em São Conrado, vi uma bagunça em frente a um prédio. Quando passei em frente, percebi que eram os dois caras do Pânico. Mal tive tempo de gritar qualquer coisa para eles, e fiquei pensando o que esses paulistas estavam fazendo ali.
No final da noite, quando acessei a internet, vi a notícia que explicou tudo: eles estavam em frente ao prédio da Carolina Dieckmann, e terminaram a tarde na cadeia, porque usaram um guindaste para filmar o apartamento da atriz, e apenas o filho dela estava lá. Como o Estatuto da Criança e do Adolescente não permite a exibição de imagens de menores sem autorização dos pais, eles tiveram que deixar a fita na delegacia. Como acho que esses paulistas estão passando dos limites, ri da cara deles.
Em suma, um dia absolutamente simples. Mas quem dera todos fossem assim.
A quinta-feira foi o que eu consideraria o dia perfeito de férias, pois foi como uma viagem dentro do Rio de Janeiro. Sete da manhã já estava dentro do ônibus, sacolejando pela Zona Sul e passando por Copacabana, Ipanema, Barra e Recreio. Já eram quase nove quando o ônibus me deixou perto da Prainha, a única onde rolava um surf nesse dia.
Quando descia pelo morro que dá acesso à praia, tive a vista do dia. Três baleias passeavam em frente à Prainha, e uma não devia estar a mais de 100 metros da arrebentação. Quem já viu uma baleia sabe que elas nadam de uma maneira muito particular, preguiçosa, de quem é dono do pedaço mas não precisa fazer força para se impor. A estrada que dá acesso à Prainha, por ser alta, é perfeita para olhar baleias: elas parecem subir à superfície não apenas para respirar mas também para brincar, pois ficam de lado, batendo a barbatana no ar.
Ir para a Prainha durante a semana também é uma ocasião especial. A praia não está deserta, mas tem muito menos gente que no final de semana, quando se transforma quase em uma feira-livre. Como ela fica em uma área de proteção ambiental, sem qualquer prédio e apenas com o ruído ocasional de um carro que passa a cem por hora, a sensação é de que você está em uma praia selvagem, em outra cidade.
Tinha esquecido meu protetor solar, mas nada que uma conversa com uma garota não resolvesse. Mas logo depois vi que não se deve confiar muito na generosidade humana: deixei o relógio cair na areia e por pouco um vendedor não o pega e leva para casa, falando que "achado não é roubado".
Queria passar na praia da Macumba, pegar uma prancha que tinha sido consertada. A Prainha é perto da Macumba, mas eu estava a pé, e a caminhada leva uns 15 minutos. Pensei em pegar uma carona, mas não queria esperar. Mas qual não foi minha surpresa quando, no meio do caminho, um cara de moto parou e me ofereceu carona? Ele me deixou em frente à Praia, fazendo em um minuto uma caminhada de 10 minutos. Consegui chegar onde queria e pegar o ônibus de volta para casa bem a tempo.
Em São Conrado, vi uma bagunça em frente a um prédio. Quando passei em frente, percebi que eram os dois caras do Pânico. Mal tive tempo de gritar qualquer coisa para eles, e fiquei pensando o que esses paulistas estavam fazendo ali.
No final da noite, quando acessei a internet, vi a notícia que explicou tudo: eles estavam em frente ao prédio da Carolina Dieckmann, e terminaram a tarde na cadeia, porque usaram um guindaste para filmar o apartamento da atriz, e apenas o filho dela estava lá. Como o Estatuto da Criança e do Adolescente não permite a exibição de imagens de menores sem autorização dos pais, eles tiveram que deixar a fita na delegacia. Como acho que esses paulistas estão passando dos limites, ri da cara deles.
Em suma, um dia absolutamente simples. Mas quem dera todos fossem assim.
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